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Sexo na gravidez: o que pode e o que não pode

A não ser em poucos casos, não há contraindicação para o sexo na gravidez.

Para algumas, a barrigona da gravidez tem o poder de elevar a autoestima às alturas. Para outras, o mal-estar, o inchaço, o ganho de peso e o cansaço derrubam qualquer rastro de sexualidade. Não há regras quando se fala em libido na gestação. Mas se ambos os parceiros sentem vontade, e se é uma gravidez sem complicações, não há motivos para ficar preocupada. “Claro que não é hora de fazer sexo selvagem, mas, fora isso, está liberado”, afirma Lucila Pires Evangelista, ginecologista da Clínica Célula Mater. E não só liberado: assim como em outros momentos da vida, a atividade sexual é parte importante do bem-estar da mulher e na gravidez não é diferente.

Porém, medos e mitos comuns nessa fase são capazes de brochar tanto futuros papais como futuras mamães. Um deles é o de que o primeiro trimestre demanda vigilância extra na cama por ser um período em que há maior chance de abortamento. “Se a grávida tem relação e depois percebe um sangramento, acha que foi por causa do sexo. Mas não. Isso já estava propenso a acontecer”, explica a médica, lembrando que, naturalmente, cerca de 10 a 15% das gestações não evoluem.

O que dificulta mesmo a vida sexual no início da gravidez são os enjoos e o cansaço, típicos desse período – aí, não há tesão que resista. As mudanças hormonais desses nove meses podem ter efeitos totalmente contrários em uma mulher e na outra. “No campo da sexualidade feminina, é difícil separar o hormonal do emocional”, aponta Lucila. “Umas sentem como se estivessem numa TPM constante. Outras estão tão felizes que têm mais vontade.” E isso vale também para os homens: alguns acham a mulher supersexy na gravidez, enquanto outros nem tanto. Mas não ter a preocupação extra de prevenir uma gravidez pode dar um “up” na libido de ambos.

Claro que, quando a gravidez foge da normalidade, é preciso mais cautela. Isso vale para gestantes com corrimento abundante, infecção urinária de repetição, sangramentos e para aquelas com risco de trabalho de parto prematuro. Nesses casos, uma conversa com o médico é essencial. Outra precaução se dirige a quem tem a flora vaginal desequilibrada e mais suscetível a corrimentos e infecções: “Essas devem usar camisinha porque as alterações da gravidez propiciam ainda mais infecções, como a candidíase”, avisa a médica.

As infecções sexualmente transmissíveis, quando aparecem nesse período, merecem atenção redobrada. Algumas podem ter consequências graves para o bebê – é o caso da sífilis ou da herpes genital contraída ao longo da gravidez. Outras como a gonorreia e a clamídia não causam malformação fetal, mas podem levar ao trabalho de parto prematuro. De qualquer forma, todas podem – e devem – ser tratadas.

Quando a gravidez está chegando ao final, o tamanho da barriga pode virar um obstáculo. Segundo Lucila, no sétimo mês, o peso do útero recai sobre a aorta, diminuindo a quantidade de sangue que vai para o coração. Por esse motivo, algumas mulheres podem sentir mal-estar, falta de ar ou taquicardia quando estão deitadas de barriga para cima. Mas não é nada que seja impeditivo para os casais dotados de um pouco de criatividade. Em alguns casos, a relação pode até ajudar a desencadear o trabalho de parto. “Em uma porcentagem pequena, o orgasmo pode levar a contrações. Mas isso acontece apenas em 5% das mulheres – e não representa nenhum perigo.

E no pós-parto?

Após a quarentena, que leva em torno de 40 dias, a mulher estará liberada para retomar a vida sexual. Mas nem sempre esse processo  é simples. Além do cansaço, da falta de sono e das demandas do bebê, a prolactina, responsável pela produção do leite, é uma inimiga contumaz da libido. Para piorar, os níveis de estrógeno caem para quase zero no pós-parto.

“Costumo dizer que nessa fase a mulher vai ter uma prévia do que é fazer sexo aos 70 anos”, revela Lucila. A combinação desses fatores têm consequências anatômicas na vagina, que fica atrofiada, menos elástica e menos lubrificada – independentemente do tipo de parto e da existência ou não da episiotomia (o corte que se faz no períneo para auxiliar a passagem do bebê). A relação pode, sim, ficar dolorida. Felizmente, tudo isso é temporário e deve melhorar quando cessa o aleitamento.

Caso o incômodo seja demasiado, existem recursos que podem trazer alívio. O Laser íntimo Fotona é um deles. Indolor e com aplicação que dura cerca de 20 minutos apenas, ele promove a restauração da pele da região e com a formação de colágeno. O protocolo preconizado é de três sessões, mas o resultado já aparece logo depois da primeira sessão. O tratamento pode ser realizado na própria Célula Mater.

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