Antes mesmo de engravidar, algumas mulheres precisam de uma atenção especial: é o caso daquelas com histórico de infecções urinárias de repetição e cálculos renais. Essas duas condições podem se agravar durante a gestação, aumentando o risco de parto prematuro e abortamentos, e exigindo o uso de medicamentos ou até mesmo de cirurgia, o que pode ser evitado se houver planejamento e acompanhamento adequados antes da concepção.
Quem já conhece a Célula Mater sabe que a filosofia de trabalho em equipe é levada a sério durante toda a gestação. Os obstetras têm o apoio da urologista Miriam Dambros e de uma fisioterapeuta pélvica que, juntos, podem elaborar um plano de ação completo para uma gestação tranquila e saudável.
Com a ajuda da dra Miriam Dambros, preparamos um guia básico para que as grávidas fiquem espertas sobre sua saúde urinária:
Quando a mulher é mais suscetível a infecções urinárias, o cuidado deve ser redobrado. Na gravidez, é mais frequente que as bactérias migrem da bexiga para os rins – é a chamada pielonefrite, a forma grave da infecção, que pode levar à internação hospitalar e complicações obstétricas se não tratada adequadamente.
É bom lembrar que as infecções urinárias podem ser assintomáticas, mas mesmo assim precisam ser tratadas, e portanto o acompanhamento deve ser próximo, com a realização de exames de urina mensais para detectar possíveis bactérias oportunistas. Qualquer alteração no cheiro ou na cor da urina precisam ser investigados. “Por vezes, optamos pela utilização de medicações preventivas ao longo de toda a gestação”, diz Miriam. Ela lembra também que as medidas básicas de prevenção devem ser observadas à risca:
A ocorrência de cálculos renais durante a gestação é relativamente rara mas, por causa das condições fisiológicas naturais desse período, é mais frequente que as pedras se movimentem, podendo causar dor intensa, infecção e risco de parto prematuro. O diagnóstico pode ser desafiador devido à limitação do uso de exames radiológicos, sendo o ultrassom o método de imagem preferencial. O tratamento é preferencialmente conservador (hidratação e controle da dor), mas em casos mais graves, pode ser necessário procedimento cirúrgico minimamente invasivo.
A perda urinária é uma queixa frequente, principalmente no terceiro trimestre. Isso ocorre devido ao aumento da pressão intra-abdominal, alterações hormonais e relaxamento do assoalho pélvico.
Mas algumas mulheres podem já apresentar incontinência devido a outros fatores, como partos prévios ou doenças de base. Nesses casos, o acompanhamento da urologista e da fisioterapia pélvica, com exercícios de fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, traz maior conforto e previne que essa questão se agrave.
A incontinência urinária da gestação costuma ser transitória, mas pode persistir após o parto em algumas mulheres. A fisioterapia pélvica também pode ajudar nesses casos.