Manter a pele firme e livre de manchas e vincos após a menopausa é um desafio. Mas não é impossível.
Realidade nua e crua: a chegada da menopausa é, de fato, atroz com a pele. Já nos primeiros anos, há a queda de 30% das fibras de colágeno, responsáveis pela sustentação do tecido. O declínio continua ano a ano, sem dó nem piedade.
Isso sem falar na redução da concentração de ácido hialurônico, substância que retém água e, portanto, fornece hidratação à pele. “Tudo isso faz com que ela fique mais fina, seca e flácida, menos elástica e resistente, e aumentam a quantidade e a intensidade das rugas”, conta a dermatologista Denise Steiner. Mas isso não significa que você deve simplesmente cruzar os braços e esperar que a decadência se instale de vez.
Uma série de medidas ao alcance de qualquer uma pode fazer uma boa diferença para mudar o quadro. Quer saber quais? A ginecologista e obstetra Fernanda Deutsch Plotzky, da Clínica Célula Mater, responde: “É preciso ter atenção redobrada com os fatores que danificam a pele, como a radiação solar, a poluição e a ingestão de álcool”, diz Fernanda.
Para evitá-los, a limpeza ao menos duas vezes por dia com um sabonete neutro e o protetor solar são mais que uma obrigação. E isso vale tanto na cidade quanto em lugares de maior exposição. Vale até aumentar o fator de proteção, considerando que a pele está mais sensível aos raios UVA e UVB que antes da menopausa.
Outra dica simplérrima da dermatologista Denise: os banhos devem ser rápidos, sempre com água morna. Denise também dá ênfase especial à hidratação: beber bastante água e usar um creme hidratante diariamente. Isso é um compromisso pra quem quer ter uma pele bonita.
E pode parecer que não, mas a alimentação saudável, repleta de substâncias antioxidantes, presentes em muitas frutas e verduras, contribui para diminuir a quantidade de radicais livres, inimigos número 1 das células.
Pra completar, as preguiçosas que perdoem, mas praticar atividades físicas é outro hábito que melhorar a saúde como um todo. Além do bem que faz ao corpo, ela também traz benefícios para a pele, já que aumenta a circulação sanguínea e, consequentemente, a oxigenação do tecido.
Para aquelas mulheres que optam por fazer a reposição hormonal, uma boa notícia: o tratamento dá uma bela ajuda na aparência, retardando o envelhecimento e o enrugamento. A conclusão veio de uma revisão de estudos nessa área, em que Denise constatou o que já percebia em seu consultório. “As mulheres que recebem a reposição mantêm o colágeno ou recuperam parte do que já foi perdido, enquanto as que não fazem esse tipo de terapia continuam perdendo colágeno ano a ano”, revela.
Agora, Denise estuda a ação dos hormônios aplicados topicamente, em gel, já que hoje se sabe que existem receptores de estrogênio na epiderme, a camada mais superficial da pele.
Mas nem pense usar a reposição hormonal apenas para ficar com uma aparência mais jovem. “Esse tipo de tratamento não deve de maneira nenhuma ser feito para fins estéticos”, avisa Fernanda. “Além disso, deve ser indicado e acompanhado de perto por um ginecologista, pois pode provocar efeitos colaterais graves, como aumento da probabilidade de doenças coronarianas, de trombose e de câncer de mama”, alerta.
Se a reposição não é indicada no seu caso e a aparência de sua pele pós-menopausa é um incômodo para você, não se desespere. Os dermatologistas têm à sua disposição um verdadeiro arsenal de substâncias e procedimentos.
Quanto aos cremes, Denise indica o uso de substâncias como tretinoína, alfa-hidroxiácidos, vitaminas e antioxidantes. Para quem está disposta a tratamentos um pouco mais invasivos, as sessões de peelings e de lasers podem ajudar. Disponíveis em várias opções e intensidades, eles promovem a renovação celular e estimulam o colágeno, deixando o tecido mais firme e amenizando fatores como rugas, manchas e cicatrizes.
A radiofrequência e o ultrassom são outras opções que penetram fundo no tecido e dão uma força extra às fibras de sustentação. Há ainda os preenchimentos, que, como o próprio nome diz, preenchem os vincos, e a já famigerada toxina botulínica, que interrompe a contração muscular, evitando a formação e a piora das linhas de expressão.
Resumindo: recursos não faltam. Se ainda não inventaram um jeitinho de parar o tempo, pelo menos dá para enganá-lo um pouco…