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Pílula do dia seguinte: será que funciona mesmo? 

A eficácia da pílula do dia seguinte depende de muitos fatores, como período do ciclo e tempo decorrido depois da relação sexual – saiba como funciona esse método de anticoncepção de emergência, e também as vantagens e contraindicações da segunda alternativa disponível no mercado, a pílula do depois do amanhã.

Com o advento da pílula anticoncepcional, pesquisadores verificaram que altas doses de hormônios usados em contraceptivos poderiam prevenir a gravidez, se tomados após a relação sexual desprotegida. Tal fato desencadeou mudanças legais e debates éticos, ao longo de décadas. Finalmente em 1999 o FDA, órgão de regulação dos Estados Unidos, aprovou e disponibilizou o primeiro anticoncepcional de emergência, conhecido como plan B (plano B em livre tradução para o português).

Hoje temos dois tipos de anticoncepção de emergência, como a pílula do dia seguinte é conhecida.

O primeiro e mais utilizado é o método de progestagênio isolado (o levonorgestrel), que tem uma eficácia de aproximadamente 87% e deve ser ingerido dentro de 72 horas (3 dias) após a relação sexual desprotegida. Sua eficácia é maior quanto mais cedo for tomada. Tem como mecanismo de ação impedir ou atrasar a ovulação. Portanto não se trata de um método abortivo. Uma vez que a ovulação já tenha ocorrido, no momento de tomada da pílula do dia seguinte, a mesma não terá o efeito desejado de impedir a ovulação e possível fecundação.

O segundo método disponível, lançado na última década, ficou conhecido como “pílula do depois de amanhã”. Trata-se do acetato de ulipristal, que tem cerca de 85% a 95% de eficácia e tem que como diferencial poder ser tomada até 120 horas (5 dias) após a relação sexual desprotegida, com eficácia constante ao longo desses dias. A diferença nesse caso é que, além de impedir ou atrasar a ovulação, o ulipristal pode alterar as características do endométrio (revestimento do útero), tornando-o menos receptivo à implantação do óvulo.

A eficácia da pílula do dia seguinte pode variar de acordo com a regularidade do ciclo da usuária, período do ciclo em que se fez necessário o uso da medicação, tempo decorrido após o ato sexual e IMC. Quanto mais alto, especialmente se acima de 26 ou 30, menor a eficácia do método.

É fundamental relembrar que a pílula do dia seguinte, qualquer que seja ela, deve ser um método de exceção. Apesar de serem uma alternativa, devem permanecer sempre como plano B. O plano A para evitar uma gestação indesejada continua sendo o uso de método anticoncepcional de maneira regular, o que garante uma eficácia contraceptiva mais alta (girando em torno de 99,2% quando falamos do DIU não hormonal até 99,8% quando falamos dos sistemas intrauterinos liberadores de levonorgestrel).

Além disso, o uso da pílula do dia seguinte também pode trazer efeitos colaterais indesejados, principalmente náuseas, vômitos, tontura, fadiga, dor de cabeça, mastalgia e/ou aumento de sensibilidade mamária, dor abdominal e sangramento vaginal irregular (antecipando ou atrasando o ciclo menstrual, fator que pode ser bem angustiante para a usuária).

Como conclusão, em caráter de exceção, a pílula do dia seguinte é uma opção segura e eficaz para prevenir a gravidez após a relação sexual desprotegida, mas pode causar efeitos colaterais leves a moderados e tem algumas contraindicações e riscos. Para minimizar os riscos e garantir o uso adequado, é importante seguir as instruções do produto e considerar a consulta com um profissional de saúde quando necessário.

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