Você está parecendo celular velho, que, mesmo recarregado a todo instante, não dura até o fim do dia? Você não está sozinha. O cansaço é uma das queixas mais frequentes nos consultórios de ginecologistas. Entenda o que está por trás dele.
O WhatsApp não para de apitar, com demandas de todos os lados. Trabalho, filhos, família, um zilhão de resoluções que precisam de resposta imediata. O trânsito na Marginal, o bebê que acorda madrugada adentro, o último seriado de televisão que roubou horas preciosas de sono. “Quem não disser que está cansado está mentindo”, afirma Lucila Pires Evangelista, ginecologista e obstetra da Clínica Célula Mater.
A afirmação categórica pode parecer exagerada, mas tem razão de ser: em seu consultório, ela revela que a queixa de que o corpo não está dando conta da pressão do cotidiano é uma das mais frequentes.
“O ginecologista é o clínico geral da mulher. É pra gente que elas acabam desabafando”, concorda o colega Rodrigo Codarin, ginecologista e obstetra da Célula Mater.
Mas entender a causa da sensação de exaustão constante não é sempre tão simples. Daí vem o papel do médico em separar o joio do trigo: um cansaço pontual de algo crônico, o físico do emocional e do mental, a fadiga que esconde algum distúrbio orgânico de outro que é só cansaço mesmo – e então apontar possíveis soluções.
A primeira pergunta que se faz é: como anda seu sono? Nem todas as pessoas precisam dormir a mesma quantidade de horas todos os dias, mas, em geral, a medida de oito horas costuma ser satisfatória. Agora, se mesmo depois desse tempo você ainda acorda cansado, é bom dar uma investigada.
“Se a pessoa desperta várias vezes durante a noite, acorda com a sensação de afogamento ou o companheiro diz que ela ronca mais a cada dia, é provável que tenha apneia – e isso a impede de descansar como deveria”, revela Codarin, lembrando que o excesso de peso também pode atrapalhar a respiração de madrugada e interferir na qualidade do sono.
Televisão, celular e computador na hora de dormir deveriam ser abolidos. “A hiperconectividade tem sim um impacto no organismo”, afirma o médico. Ele explica que a luminosidade dos aparelhos eletrônicos interferem na produção de melatonina, o hormônio que nos faz adormecer. Um ambiente silencioso e escuro não é um mero detalhe quando se fala em sono de qualidade.
E se uma ou outra noite mal dormida já nos deixa em estado de penúria, a privação de sono constante tem efeito cumulativo. O corpo precisa recarregar as baterias, tanto física como mentalmente. “O cérebro é responsável por 25% do consumo de energia do corpo”, conta Lucila.
Ou seja: a atividade mental também cansa – e muito. Isso inclui as horas sentado diante do computador ou mesmo assistindo televisão. E, se o organismo não tiver tempo de repouso para suportar as tarefas do cotidiano, é possível que você sinta dificuldade de concentração, lapsos de memória, irritabilidade… Sinais de que a cabeça pede uma pausa.
A falta de ferro na alimentação também é uma das grandes causas da fadiga. “Aquela imagem do Jeca Tatu infelizmente ainda existe. As pessoas costumam se alimentar muito mal”, diz a médica.
A anemia provoca uma sensação de cansaço constante porque sem o ferro – matéria-prima fundamental na produção das hemoglobinas, que fazem o transporte de oxigênio no sangue – seu corpo está sempre trabalhando no limite. Se esse for o caso, ao corrigir a alimentação, o problema se resolve.
E se você nota que tem ficado gripada com frequência ou tem tido candidíase ou infecção urinária repetidas vezes nos últimos tempos, esses podem ser outros indicativos de um cansaço excessivo. “O bom funcionamento do sistema imunológico também depende de um descanso adequado”, diz Codarin.
Mas enquanto o repouso é necessário para recompor as energias, vale também a máxima de que corpo parado é corpo cansado. “É um ciclo vicioso: músculos menos treinados cansam mais quando são solicitados”, constata Lucila.
E ela não se refere apenas ao músculo da perna ou do braço. Tanto quanto o seu bíceps, o seu coração também precisa ficar sarado. “Quando você se exercita aeróbicamente, o batimento cardíaco rende melhor. Isso significa que o coração consegue o resultado que precisa bater menos vezes”, explica a médica. Por essa razão, os sedentários, além de acumularem mais gordura, têm uma sensação de mal-estar crônica.
Se com todas essas medidas você ainda sente falta de disposição para as tarefas do dia a dia, pode ser que o cansaço seja sinal de algo mais. Nesse caso, vale observar se há outros sintomas associados a ele.
“Emagrecimento e alteração no cabelo ou nas unhas, por exemplo, são indícios de que se deve investigar mais a fundo”, sugere Lucila. Problemas na tireoide, diabetes, fibromialgia, doenças cardiovasculares e alterações renais são alguns dos males que precisam ser avaliados pelo médico por meio de uma pesquisa clínica mais aprofundada e de exames laboratoriais.
A exigência de hiperprodutividade da vida moderna vem provocando um efeito curioso: “O que vejo é que, em vez de adequar o ritmo a um bom senso, muitas pacientes pedem remédios para ter mais energia e continuar nessa loucura”, revela Lucila. Ela alerta que vitaminas, hormônios e anfetaminas são tiros que podem sair pela culatra.
“Normalmente, você não deveria precisar de nenhum estimulante medicamentoso para aguentar o dia a dia”, pondera a Dra. Lucila Pires Evangelista.
Para ela, se for algo pontual, para suportar um período curto de demandas maiores, ainda vai. Mas, a longo prazo, esse tipo de substância sobrecarrega o organismo e traz consequências sérias. “Esses medicamentos forçam o corpo a trabalhar além do normal. Geram emagrecimento, distúrbios de sono, problemas alimentares e cardiovasculares. Além de serem viciantes”, alerta Codarin.
Enfim, pense no seu corpo como um carro: não adianta exigir dele, constantemente, mais do que ele é capaz. Sua durabilidade será menor. Descanso de qualidade, portanto, é combustível. Sem ele, não dá para continuar rodando por aí. Pense nisso.
Alegre e comunicativa, a Dra. Lucila tem 43 anos de experiência como médica, profissão que sempre soube que gostaria de seguir. E há 40 anos, deixou o emprego público que garantia estabilidade para se tornar sócia na Célula Mater, onde pode fazer o que acredita: medicina personalizada.
Sente-se realizada em atender os pacientes e oportunizar melhorias nos hábitos, proporcionando mais qualidade de vida por meio de cuidados preventivos.
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Filho de ginecologistas obstetras, desde pequeno o Dr. Rodrigo acompanhava os pais a visitas em hospitais. Com essa experiência, sempre soube que queria ser médico e entrou na faculdade de medicina aos 16 anos.
Atuou como plantonista nas maiores maternidades e tomou conhecimento dos obstáculos apresentados pela obstetrícia. Ao longo dos 16 anos de carreira, buscou atuar nos casos mais difíceis, sem fugir de desafios, realizando atendimentos de maneira humanizada.
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