Veja quais são os tratamentos estéticos proibidos nessa fase e os cuidados imprescindíveis para evitar que o corpo e o rosto sofram com heranças indesejáveis no pós-parto.
A gravidez proporciona muitos benefícios à beleza da mulher. A pele e os cabelos ficam mais bonitos, os seios mais fartos, além de um brilho especial que a gestante transpira, graças à felicidade de saber que está esperando um bebê.
Por outro lado, algumas alterações físicas podem trazer consequências nada agradáveis, como as estrias, a flacidez e as manchas. Para amenizar esses problemas, é comum que as grávidas queiram lançar mão de procedimentos e produtos dos mais diversos.
Em meio a tantas opções hoje disponíveis, quais são aqueles que podem entrar em cena? E os tratamentos que a futura mamãe já fazia podem ser mantidos durante os nove meses? Aqui vai um guia para responder a essas e outras perguntas para você ficar linda, mas com segurança.
Corpo Não há remédio: a gravidez é um estica e puxa daqueles, principalmente na barriga e nos seios. E isso pode, sim, levar à flacidez e às temidas estrias, principalmente se a mulher tiver a pele pouco elástica e seca.
Tomar cuidado com a dieta, ingerir muita água e praticar atividades físicas de acordo com a indicação do seu médico são cuidados imprescindíveis para a prevenção.
“Hidratar bem a pele do corpo todo também é importante, com exceção dos mamilos, pois eles precisam estar com o tecido mais grosseiro quando o bebê começar a mamar”, diz a ginecologista e obstetra Lucila Pires Evangelista, da Clínica Célula Mater.
Segundo ela, os produtos vendidos em farmácia para esse fim não costumam oferecer riscos na gestação. Mesmo assim, é preciso ficar de olho no rótulo.
“Aqueles que tiverem ureia com concentração acima de 3% ou cânfora não são indicados, pois podem provocar alterações no feto. E a recomendação continua valendo durante a amamentação”, alerta a dermatologista Samanta Nunes, de São Paulo.
Os produtos indicados para firmar a pele também podem ser aplicados, mas opte apenas por aqueles formulados especialmente para essa fase e consulte seu médico antes de utilizá-los.
Essa também não é a hora de pensar em lingerie sexy. O sutiã deve ser bem reforçado para oferecer a máxima sustentação aos seios. Dormir com essa peça pode diminuir o desconforto provocado pelo excesso de volume e pela sensibilidade e ajuda a prevenir a flacidez. Após o nascimento, a boa e velha cinta modeladora também pode ser usada, mas ela não é um consenso. Alguns acreditam que o acessório ajuda o abdômen a voltar à sua forma original. Mas é importante que ela não seja colocada antes da retirada dos pontos, no caso de uma cesárea, e que não esteja muito apertada, pois isso pode comprometer a circulação da região e, por tabela, a cicatrização.
Você já ouviu falar sobre o óleo dessa flor? Não? Pois ele é um item muito bem-vindo no seu nécessaire durante e após a gestação. “Ele tem propriedades oclusivas, ou seja, não deixa a pele perder água, e cicatrizantes”, conta Samanta Nunes.
Ou seja, é ótimo para manter a pele hidratada, especialmente quando associado a outros produtos umectantes ou emolientes, e ajuda a amenizar o aparecimento das estrias. Estudos mostraram que seu uso restaura as fibras colágenas, o que auxilia no combate às rugas mais superficiais e às cicatrizes, inclusive a marca deixada pela cesariana.
Ao comprar o produto, verifique se ele tem o selo da Anvisa e prefira os que são prensados a frio, que mantém as propriedades do óleo intactas.
Se a mulher tem o costume de alisar os fios, vai ter que procurar outra alternativa para domar as madeixas durante a gestação e a amamentação. “Todos os tratamentos desse tipo envolvem formol e ele é cancerígeno”, alerta Lucila Pires Evangelista.
O uso das tinturas é controverso. Um estudo do Hospital A.C. Camargo, em São Paulo, mostrou uma relação entre a aplicação desse tipo de produto durante a gravidez e o aumento de câncer nas crianças até os 2 anos, mas ainda são necessárias mais evidências científicas. “De qualquer forma, é importante ficar de olho na formulação, pois produtos com amônia, glutaraldeido, iodo e chumbo estão proibidos durante os nove meses e enquanto o bebê estiver mamando”, afirma Samanta Nunes.
É bom conversar com o seu médico antes de iniciar qualquer tratamento.
No que diz respeito aos tratamentos, todo cuidado é pouco. O único totalmente liberado é a drenagem linfática, mas o ideal é que ela seja feita por um fisioterapeuta. Procedimentos que envolvem aparelhos elétricos devem ser evitados na gravidez.
Já na amamentação, alguns médicos permitem o uso de led vermelho, que estimula a produção de colágeno, melhorando a flacidez com segurança. Muitas dúvidas também envolvem a depilação. “Não há estudos que mostrem problemas em retirar os pelos com cera, mas o laser é contraindicado durante a gravidez, pois não existem trabalhos científicos que comprovem sua segurança nessa fase”, diz Samanta Nunes. “Além disso, durante a gestação e a amamentação, os melanócitos (células que produzem o pigmento que dá cor à pele) estão estimulados e esse tipo de procedimento pode provocar manchas”, alerta Samanta.
“No último mês, a gestante não deve fazer nenhum tipo de depilação, pois já foi comprovado que os pelos diminuem as chances de infecção hospitalar se houver a necessidade de uma cesariana”, diz Lucila Pires Evangelista.
Na face o problema que mais aflige as futuras mamães são as manchas. Estima-se que elas surjam em cerca de 70 a 80% das grávidas e são decorrentes da elevação de alguns hormônios que agem na formação da melanina. Em geral, elas aparecem no primeiro trimestre e se acentuam nos últimos meses, quando os níveis hormonais são mais altos.
A mais conhecida delas é o melasma, que costuma atingir a região do nariz e das bochechas, especialmente em mulheres com a pele mais escura e as orientais. Além disso, axilas o abdômen e as aréolas mamárias podem ficar mais escuras e as pintas podem aumentar de quantidade e de tamanho durante os nove meses.
Essas marcas pioram com a exposição aos raios ultravioletas – ou seja, cuidado redobrado com o sol, utilizando protetores com FPS acima de 30 constantemente. “O ideal é que o produto tenha filtro físico, que costuma ser feito à base de óxido de zinco, e que ofereça proteção também contra os raios ultravioleta do tipo A e B, mas não devem ter metoxicinamato na sua formulação”, recomenda Samanta Nunes.
Outras medidas de proteção, como óculos, chapéu e roupas que oferecem proteção, são mais do que bem-vindas. Outro cuidado importante é acompanhar de perto as pintas. “Com o estímulo dos melanócitos, elas podem ficar naturalmente maiores e mais escuras. Mas os estudos são controversos ao dizer se há um aumento no risco de tumores de pele, por isso o médico deve ser informado diante de qualquer alteração”, alerta Samanta.
“Alguns clareadores podem ser utilizados na gestação e amamentação, mas, em geral, são menos potentes e, por isso, a recomendação é realizar o tratamento das manchas só depois que o bebê parar de mamar”, acrescenta a médica.
No quesito combate ao envelhecimento, a maioria dos tratamentos é proibida durante os noves meses. Isso inclui os lasers, seja para manchas, vasos ou envelhecimento, e os peelings, especialmente os que têm ácidos com concentração acima de 10% na formulação.
“O ácido retinoico, os tratamentos com hormônio e antibióticos devem ser riscados totalmente da vida das gestantes e das mulheres que estão amamentando”, afirma Lucila Pires Evangelista. “Apesar de não haver estudos sobre a segurança na gestação, a toxina botulínica e o ácido hialurônico são injetados apenas no músculo e por isso não serão absorvidos sistemicamente, o que faz com que eles sejam liberados nessa fase, a não ser que provoquem muita dor”, diz Samanta Nunes.