Bastante comuns, os nódulos mamários, mais conhecidos como caroços no peito, muitas vezes são benignos, e não há motivo para preocupação. Se você já se perguntou se caroço no peito pode ser câncer de mama, continue por aqui.
Selecionamos as principais perguntas feitas dentro dos consultórios da Clínica Célula Mater.
Um belo dia, debaixo do chuveiro, você resolve apalpar o seio e… sente que tem alguma coisa diferente ali. Parece um carocinho. Vem a dúvida e, com ela, o medo: será que é câncer?
Nada de pânico: em 80% das vezes, o nódulo é uma alteração benigna associada aos hormônios femininos. Mas, de qualquer jeito, é imprescindível a ida ao ginecologista para uma avaliação correta.
Veja a seguir algumas das perguntas mais comuns sobre o assunto, respondidas pela Dra. Maria Aparecida Murakami, radiologista especializada em mamas da Célula Mater.
Eles são uma resposta da mama à ação dos hormônios femininos (estrogênio e progesterona), que são responsáveis pelas alterações que ocorrem durante o ciclo menstrual, preparando o organismo da mulher para uma possível gravidez.
Faz parte da ação dos hormônios estimular o crescimento, a divisão e a proliferação das células mamárias – e, não ocorrendo a gravidez, a sua involução. Mas, às vezes, ocorre um defeito nesse processo de proliferação e involução, surgindo daí os nódulos sólidos.
Apareceu o nódulo e, em 80% dos casos, a probabilidade é de que não seja nada grave. Mas o tumor das mamas tem a mesma origem dos nódulos benignos. Só que, nesse processo, podem ocorrer alterações capazes de gerar células malignas.
Fique atenta: se o crescimento for rápido, se há outras alterações associadas, como retrações da pele e do mamilo, mudanças na aparência da pele, secreção pelo mamilo ou nódulo na axila. Em qualquer um desses casos, não espere. Esses são sinais de que pode ser um nódulo maligno.
Os especialistas recomendam fazer um autoexame uma vez por mês a partir dos 20 anos. A melhor época é de cinco a dez dias depois da menstruação. Mas atenção: quando a mama é muito densa, até mesmo o médico pode ter dificuldade em detectar alguma coisa na palpação.
Ainda assim, é importante que a paciente conheça o seu próprio corpo, incluindo suas mamas – desta forma, quando ocorre alguma modificação, é capaz de identificar e procurar o médico rapidamente.
Se você foi ao ginecologista e foi constatada a existência de um nódulo com 100% de chance de ser benigno, relaxe. Não precisa fazer nada.
Se a chance for maior que 98% de ser benigno, você deverá fazer o acompanhamento médico com mamografia ou ultrassom de seis em seis meses por dois anos e, depois disso, anualmente.
Agora, se as características desse nódulo – seja à palpação, seja pelos resultados dos exames de imagem – demonstrarem mais de 2% de probabilidade de que seja maligno, o médico solicitará uma biópsia, que consiste em retirar alguns fragmentos do nódulo, que serão então enviados do laboratório de patologia para análise.
O câncer é mais comum em mulheres acima de 50 anos, embora estejam aparecendo novos casos em mulheres mais jovens. A partir dos 40 anos, a mulher precisa fazer uma mamografia todo ano para assim detectar lesões iniciais que não são percebidas com o toque.
Quem tem histórico familiar de câncer de mama ou de ovário (principalmente em parentes de primeiro grau), já realizou alguma biópsia mamária, ou já fez algum tipo de tratamento com radioterapia, deve ficar de olho: é possível que você tenha que iniciar o rastreamento antes dos 40 anos.
É muito difícil. O que se sabe é que existem alguns fatores que favorecem o seu aparecimento ao contribuir para o aporte de hormônio nas glândulas, como por exemplo:
Além disso, outros fatores que causam um maior número de ciclos ovulatórios cumulativos, como a primeira menstruação em idade precoce e a menopausa tardia, podem ampliar o risco.
No mesmo sentido, ter filhos tardiamente, ter apenas um filho ou não tê-los também ampliam a exposição aos ciclos menstruais, aumentando o risco.
Durante uma consulta, seu médico é capaz de avaliar esses fatores junto com você e, caso tenha indicação, te orientar para fazer um seguimento personalizado, que pode envolver realizar mais exames, iniciar precocemente seu seguimento, e até utilizar alguns medicamentos – tudo, sempre, de acordo com suas necessidades e o momento de vida que você se encontra.
Nove entre dez casos de câncer de mama são aleatórios, ou seja, não se sabe por que ocorrem, além da exposição aos fatores de risco. Mas os 10% restantes estão ligados à predisposição genética.
Quem tem uma tia ou um parente distante com a doença não precisa ficar preocupada. Mas, de qualquer forma, o acompanhamento precisa ser feito anualmente. Deve-se suspeitar de predisposição genética quando há vários casos de câncer na família, principalmente casos de câncer de mama ou de ovário, quando diagnosticados em familiares com menos de 50 anos (especialmente em parentes de primeiro grau).
Quando há suspeita de haver um fator hereditário na família, pode-se fazer um estudo genético para identificar mutações que nos predispõem à doença. Nesse caso, a vigilância deve ser reforçada.
Não. Atualmente, as formulações das pílulas anticoncepcionais são de baixa dosagem e seguras. Mas é sempre aconselhável discutir com seu médico se há contraindicações, por exemplo, um histórico familiar de câncer de mama ou a presença de mutações genéticas associadas a esse tipo de tumor.
Sim! A amamentação é um fator conhecido e importante na nutrição do recém-nascido, além de ter um papel fundamental no vínculo entre mãe e bebê.
Mas o que é pouco divulgado é que a amamentação diminui o risco de câncer de mama – e, por isso, deve ser incentivado.
Com o fim das menstruações, não é esperado a formação ou o crescimento de nódulos. Por isso, quando eles aparecem nessa fase, deve-se sempre fazer exames para afastar a possibilidade de serem malignos. Durante a menopausa, muitas mulheres optam pela terapia de reposição hormonal para enfrentar os sintomas desagradáveis.
Nesses casos, é necessário discutir com o médico os prós e contras do tratamento, uma vez que os riscos de desenvolver o tumor podem aumentar pela exposição excessiva aos hormônios nessa faixa etária.
Com 33 anos de medicina, a Dra. Bida, como é conhecida, se tornou especialista em mamas em uma época em que a área, pela qual é apaixonada, ainda era pouco explorada.
Para ela, lidar com a paciente que tem medo de câncer de mama é um dos maiores desafios da profissão, mas também é motivação para continuar.
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