Quando falamos em Outubro Rosa, sempre associamos essa causa à mulher cisgênero, isto é, à mulher que nasceu com órgãos sexuais femininos e que se identificam com esse gênero.
No entanto, é essencial informar e apoiar também a população trans. Se você pertence a este grupo ou conhece alguém que pertença, você tem a partir de agora um papel fundamental.
Como a população trans é exposta à hormonização, o risco de desenvolver a doença se eleva em 3% na média. Vale ressaltar também que a dose e o tempo de exposição à terapia hormonal aumentam esse risco.
Também é preciso ter um olhar cuidadoso em relação aos antecedentes familiares e ao risco de mutação genética.
Um estudo publicado pelo conceituado periódico inglês “The BMJ” concluiu que mulheres transexuais ao fazerem o uso de hormônios (por 18 anos em média), possuem um risco até 46 vezes maior de desenvolvimento do câncer de mama comparado ao homem cisgênero.
Sabemos que a população trans na atualidade encontra muitas dificuldades no acesso aos serviços de saúde adequados, além da falta de acolhimento, e acabam se afastando do rastreamento da doença.
Muitos especialistas acreditam que essa discriminação é fruto dos estigmas sociais que permeiam os serviços de saúde, acarretando o diagnóstico tardio de muitas doenças que poderiam ser evitadas com o um diagnóstico precoce.
Pacientes trans devem SIM realizar o rastreamento mamográfico, assim como as mulheres cis. Recomendamos a realização da mamografia desse público a partir dos 40 anos, anualmente.
Quando se tem uma equipe com profissionais capacitados ao atendimento da população trans, ocorrem menos discriminações e um maior acolhimento dentro das características e contextos dessa população.
Esses são os 3 maiores desafios pelos quais a população trans não consegue um diagnóstico precoce de doenças como o câncer da mama:
• Preconceito: seja por meio dos profissionais que não são capacitados para atender demandas e necessidades específicas desse grupo, como também o preconceito e imposição de valores heteronormativos;
• Questão financeira: alguns países possuem os serviços de saúde pagos e algumas pessoas transgêneros não conseguem ter acesso, resultando em uma busca de ajuda quando o câncer já está em estado avançado;
• Ausência de diretriz específica: a diretriz para mulher cis é a mais usada, sem sombra de dúvidas. As vivências da população trans não são as mesmas de pessoas cis. Consequentemente, não há uma padronização para que todos os profissionais de saúde sigam algum tipo de rastreio, negligenciando a situação.
Precisamos apoiar a todos no combate ao câncer de mama. Cis ou trans. Faça o seu papel. E conte com a Célula Mater. Nós sabemos como ajudar.